quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tento me lembrar sobre as maçãs


"Quanto tempo demora? - perguntou ele.
- Não sei. Um pouco.

Sohrab deu de ombros e voltou a sorrir, desta vez era um sorriso mais largo.
- Não tem importância. Posso esperar. É que nem maçã ácida.
- Maçã ácida?
- Um dia, quando eu era bem pequenininho mesmo, trepei em uma árvore e comi uma daquelas maçãs verdes, ácidas. Minha barriga inchou e ficou dura feito um tambor. Doeu à beça. A mãe disse que, se eu tivesse esperado as maçãs amadurecerem, não teria ficado doente. Agora, quando quero alguma coisa de verdade tento lembrar do que ela disse sobre as maçãs."


(O Caçador de Pipas'

Um comentário:

  1. trago
    na têmpora da memória
    esse âmbito de seda
    onde a aurora se traduz
    em presságios da alma
    - eis-me aqui
    lavrador de mim mesmo
    sobre a ossatura curva
    e dura
    dis-
    traído com as unhas
    dessas desassossegadas rimas
    como os nervosos fios da meada
    que se estendem
    teia-à-teia
    em formas de tentáculos
    nas veias mais profundas
    e rasas
    expulsando-me
    os (a)braços longos
    entre o turvo olhar
    e o denso olhar
    do pôr-de-sol...


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